Volume único e primeiro livro de um geek apaixonado por cultura pop, Jogador Nº 1 é, além de best-seller do The New York Times, inspiração para uma já confirmada grande produção da Warner Bros. Obra do americano Ernest Cline, o mesmo homem que responde pela formação da ideia que deu origem ao filme Fanboys (2009) e que já foi peixeiro, auxiliar de suporte técnico e atendente de locadoras de vídeo, já foi publicado em mais de dez países.
A história toda se passa no futuro, mais especificamente começando em 2044, época na qual o esgotamento dos combustíveis fósseis levou a uma Crise de Energia Global e grande parte das pessoas passa fome e não tem onde morar. Uma vez que parece não haver como reverter a situação do planeta, a relação do homem com a tecnologia se estreita e a realidade acaba se tornando insuficiente, insuportável, a maioria das pessoas passa a praticamente viver dentro do OASIS, um jogo on-line de simulação de realidade virtual que dá a seus usuários a chance de criar um avatar através do qual podem experimentar sensações reais, interagir anonimamente com qualquer pessoa, estudar, trabalhar etc. Torna-se possível esquecer do mundo ao seu redor enquanto se está imerso no jogo. A partir de então, através OASIS, todos podem ser exatamente quem (ou o que) quiserem.
Anos após a estreia do sucesso mundial que o game se tornaria, a vida de criador chega ao fim. Sem herdeiros, James Halliday decide deixar para todos os usuários de seu jogo mais famoso uma série de pistas e um convite para participar do que se tornaria o maior concurso de todos os tempos. O prêmio? Toda a fortuna de Halliday. O vencedor? O primeiro capaz de decifrar todos enigmas deixados pelo bilionário e, assim, encontrar o grande Easter Egg, o ovo de Halliday. Definitivamente um dos milhares de caça-ovos que começaram a pipocar em todo canto. Alguém capaz de escalar até o topo do placar da Caça, justamente onde um garoto de 18 anos pobre e um tanto solitário chamado Wate Watts pretende se firmar, independentemente dos perigos (bem reais, diga-se de passagem) que estariam por vir.
O ser humano é uma porcaria na maior parte do tempo. Os videogames são a única coisa que tornam a vida suportável.
Emocionante, criativo e insanamente bem pensado: assim é Jogador Nº 1. Ernest Cline conseguiu carregar seu livro com momentos de tensão, humor e muitas, muitas referências à cultura dos anos 1980, passando por games, computadores, filmes, séries de TV, músicas, HQ’s e até animes.
Acredito fortemente que qualquer pessoa que se deixar sentir e conhecer os aspectos do OASIS, da sociedade do lado de fora da realidade virtual, dos avatares e das pessoas por trás deles ou qualquer outra coisa dentro do universo criado por Cline, seja ela mais ou menos relevante para a história, deixará para trás a errônea possível impressão de que esse livro é apenas uma opção de leitura com grande potencial de sucesso entre geeks, nerds e gamers. Jogador Nº 1 é um depósito de talento ambulante, e isso pode ser enxergado por qualquer um. Embora uma parte de minha experiência com ele ter sido tão boa se deva em parte ao simples fato de meus gostos refletirem os de um personagem ou outro (e, sério, era bem fácil me derreter quando citavam Star Wars como uma trilogia sagrada!), é claro como água que o livro é verdadeiramente completo. Além de divertido, e envolvente, possui um tom crítico, um formato sutil de questionamento político e social, de fazer o leitor pensar em suas escolhas e em sua relação com a tecnologia. De quebra, ainda tem um dos romances mais fofos que já vi.
Se eu encontrasse com Ernest Cline, certamente não teria condições de perde a oportunidade de dar uma de fã babona para cima do pobre homem. E mesmo que eu não fosse capaz de falar algo coerente ou lá muito relevante, sei que ainda estaria tão maravilhada quanto estou agora.
Que estreia, senhor Cline! Que estreia!
Título original: Ready Player One
Editora: LeYa
Número de páginas: 464
ISBN: 9788580442687
5 Comments
Gabi
12 de novembro de 2012 at 20:02Maravilhoso, não é? Te disse, te disse 😉
Acho que também daria uma de fã babona na certa. Ótima resenha, baby 😀
Beijitos
Letícia Siqueira das Chagas
16 de novembro de 2012 at 13:29Amei a resenha! Vivermos dentro de um jogo? Que incrível e que horripilante história, rs. Quero ler este livro!
Beijos,
Letícia
http://www.odomdaescrita.blogspot.com
Anônimo
17 de novembro de 2012 at 03:00Ai, que esse livro parece ser TUDO de bom!!! Imagina como seria viver numa realidade assim *-*
Elis Culceag
17 de novembro de 2012 at 21:01Amei o livro!!!
Tive que me controlar para fazer uma resenha decente dele no meu blog, porque quando acabei de ler estava meio histérica rsrsrs…
Também gostaria de me encontrar com Ernest Cline e agradece-lo por escrever esse livro.
LEIAM pessoal, é maravilhoso!
Beijos… Elis Culceag.
* Arquivo Passional *
Ceile
25 de novembro de 2012 at 21:29Ah, tem uma amiga minha que falou mesmo que este livro é fantástico!
Eu morro de curiosidade de ler, pois sou apaixonada por distopias e, como vc disse, este livro ainda conta com várias referências culturais.
Já ouvi comentários que este seria o novo Matrix e não é tão errado, já que também trata de uma realidade "virtual".
Estou ansiosa pela leitura, espero ficar tão empolgada quanto você!
Beijos!