“Eleanor & Grey” é o novo livro da americana Brittainy C. Cherry, autora de sucessos como “Sr. Daniels” e “O ar que ele respira”. Formada em Publicada no Brasil pela Editora Record, Cherry tem formação em Artes Cênicas com especialização em escrita criativa. Outros dos seus romances queridinhos são “No rimo do amor”, “Vergonha” “ABC o amor”, “As cartas que escrevemos”, “A chama entre nós”, “O silêncio as águas” e “A força que nos atrai”.
Nesse livro, Eleanor costumava ser o tipo de adolescente que prefere uma boa leitura a interações sociais. Então, quando a prima a arrasta para uma festa, ela se surpreende ao ser receber a atenção da estrela do time de basquete, com quem não tem nada em comum… Pelo menos até onde ela sabia.
Mas quer uma surpresa maior ainda? Enquanto a amizade entre Ellie e Grey cresce, surge uma ligação tão forte, tão intensa, que logo se transforma em sentimentos completamente novos. O problema é que aquele sonho se transforma em pesadelo de uma hora para outra. A única coisa ainda de pé depois da notícia que faz o mundo de Eleanor desabar é Greyson, sempre ao seu lado até que ambos são forçados a se separar.
Anos mais tarde, Eleanor pensa ter deixado seu primeiro amor no passado até que o caminho dos dois volta a se cruzar. Porém, dessa vez, quem precisa de ajuda é Greyson. O problema é que ele já não é mais o garoto doce de suas lembranças, tendo se tornado um homem frio, insensível. Será que o elo tão especial que eles viveram foi rompido para sempre?
As pessoas falam de você de um jeito falso. Tudo o que sabem de você são mentiras aleatórias que inventaram na própria cabeça, mas ninguém te conhece de verdade. As pessoas só conhecem o personagem fictício que criaram. Isso é que é solidão: viver em um mundo onde ninguém te vê de verdade.
– Página 61
O primeiro ponto a destacar é a ótima habilidade de escrita da autora do livro. Brittainy escreve maravilhosamente bem, sem a menor sombra de dúvidas. Isso fica ainda mais claro se você prestar atenção no a diferença palpável entre as duas metades da história, antes e depois da adolescência do casal protagonista.
Infelizmente, a mudança de chave fica ainda mais marcante justamente porque as coisas começam a desandar. Enquanto é possível sentir o amor de um pelo outro aos 16 e 17 anos, fica cada vez mais difícil não apenas enxergar, mas também acreditar que exista qualquer conexão ali depois do reencontro.
Ao voltar a insistir na mesma fórmula dos lançamentos anteriores, o livro repete as altas doses de drama. Tem intensidade para dar e vender, tanto nos pontos positivos quanto nos negativos. E é aí que a coisa aperta, porque o resultado é um protagonista misógino, uma mocinha que se permite apagar em vários momentos inúmeras situações forçadas e ainda mais elementos românticos que erram o alvo.
“Eleanor & Gray” tinha todo o potencial para dar certo. Ver que isso não aconteceu é um desperdício dos grandes, mas ainda vale a pena pela jornada, ainda mais considerando a forma como as cenas e elementos foram claramente selecionados com o cuidado de um escritora experiente. Pena não ter sido o bastante.
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