[dropcap]A[/dropcap]lém-mundos é o mais novo livro de Scott Westerfeld, autor publicado no Brasil pela Galera Record, que também possui no catálogo a série “Feios”, a mais famosa do britânico no país.
Darcy Patel escreveu seu primeiro livro em um mês. Não muito tempo depois, se mudou para Nova York, para realizar o sonho de viver de escrever. Lizzie se prepara para mais uma viagem de avião, até terroristas invadirem o aeroporto e começarem a atirar em todos. Desesperada, Lizzie se joga no chão e pensa: Eu estou morta, eu estou morta… No fim, está tão convencida de pertencer ao lugar dos mortos que acaba atravessando a fronteira do além-mundo. Darcy criou Lizzie. A menina de Além-mundos é sua protagonista. Enquanto Lizzie se vê cada vez mais envolvida nos assuntos dos mortos e do submundo, Darcy luta para se manter no paraíso do YA, na Big Apple, e quanto mais Darcy aprende e amadurece, mais a história de Lizzie também cresce. Ou seria o contrário? Sempre atravessando as barreiras entremundos, as duas irão se redescobrir, se reescrever e explorar os infinitos mundos dentro de si mesmas.
Para quem nunca tinha lido nada de Westerfeld, posso dizer que a experiência não deixou a desejar. Com a premissa que carrega, “Além-mundos” é tudo que se pode esperar: criativo, bem-conduzido e envolvente. Difícil mesmo foi a despedida.
Na verdade, esta é uma história dentro de uma história. De um lado temos Darcy, uma garota sonhadora de família hindu, aspirante a escritora; de outro, Lizzie, a criação, protagonista do livro escrito por Darcy. E como as duas casam perfeitamente! Com capítulos intercalados e vozes narrativas que variam entre primeira e terceira pessoa, o livro vira uma grande imersão no que é ser escritor e amar livros ao mesmo tempo em que oferece um para, digamos assim, apreciação.
É maravilhoso ver a interação entre as histórias. Para mim, isso inclui desde a relação das origens da família de Darcy com a presença da mitologia hindu nas experiências vividas por Lizzie. fazem Até os detalhes da construção dos personagens, suas diferenças e semelhanças, decisões e reviravoltas, tudo se justifica no entrelace do grande esquema das coisas. Westerfeld se mostra mestre na arte de conectar ideias.
“Além-mundos” é uma delícia de leitura com o bônus do vai e vem pelas páginas, que se soma aos nossos. Lê-lo é como ser a terceira ponta da história. E, posso dizer? A ideia muito mais que me agrada.
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